ESPOROTRICOSE: CASOS DA DOENÇA COMUM EM GATOS DOBRARAM NA BAHIA NO ÚLTIMO ANO

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A esporotricose está gerando grande preocupação entre os tutores de animais de estimação na Bahia, após um aumento alarmante nos casos registrados em humanos. Em 2023, o estado contabilizou 888 ocorrências da doença, o que representa um crescimento de 104,6% em relação aos 434 casos registrados em 2022. A rápida disseminação da doença tem causado apreensão entre especialistas.

Os sintomas iniciais em humanos são semelhantes aos de picadas de inseto, mas evoluem para lesões na pele que se tornam endurecidas e dolorosas. De acordo com o infectologista Fábio Amorim, do Instituto Couto Maia, essas lesões podem se espalhar pelos vasos linfáticos, formando pequenos caroços na pele. Em casos graves, a esporotricose pode afetar os pulmões e articulações, e, se não tratada adequadamente, pode ser fatal.

Salvador lidera o número de casos na Bahia, com 175 ocorrências, seguida por Camaçari (54), Feira de Santana (19), Dias D’Ávila (18) e Lauro de Freitas (15). A doença, que começou a se disseminar na região a partir de 2018, está relacionada ao comportamento dos gatos, que cavam o solo e arranham árvores, facilitando o contato humano com o fungo Sporothrix, causador da esporotricose.

O médico veterinário Marcelo Medrado, técnico da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), destaca que a esporotricose é uma prioridade para a vigilância epidemiológica no estado, e enfatiza a necessidade de um controle rigoroso para evitar sua propagação. O tratamento adequado dos animais infectados, que inclui o uso de antifúngicos por até seis meses, é essencial para conter a doença.

A transmissão da esporotricose ocorre principalmente pelo contato com o solo contaminado, onde o fungo se prolifera. A cremação de animais infectados é recomendada para prevenir a disseminação do fungo. Brena Carneiro, da Vigilância Epidemiológica de Camaçari, ressalta que o abandono de animais doentes dificulta o controle da doença e destaca a necessidade de ações preventivas eficazes.

A esporotricose é mais comum em gatos do que em cães e outros animais. O fungo Sporothrix está presente no solo e infecta os animais através de ferimentos na pele, como arranhões ou mordidas. Nos humanos, a infecção ocorre principalmente por contato direto com animais infectados, especialmente gatos.

Os sintomas em humanos incluem lesões na pele que iniciam como pequenos nódulos vermelhos e podem se espalhar ao longo dos vasos linfáticos, formando úlceras dolorosas. Em casos graves, a doença pode se espalhar para outras partes do corpo, como pulmões e articulações.

O tratamento da esporotricose envolve o uso de antifúngicos, como itraconazol e terbinafina, administrados por vários meses. Medidas de prevenção incluem o manejo adequado de animais infectados, como a cremação dos corpos, e o uso de luvas ao manusear animais feridos. É fundamental buscar orientação médica e veterinária para tratamento adequado e prevenção da doença.

Para prevenir a esporotricose, especialistas recomendam o uso de luvas ao manusear animais com lesões e a desinfecção dos objetos utilizados pelos pets com hipoclorito de sódio (água sanitária). Caso haja suspeita da doença, é essencial buscar ajuda médica e orientação veterinária para um tratamento eficaz.

 

 

Esporotricose causa lesões que não cicatrizam nos animais - Casos de esporotricose crescem em grandes centros urbanos e atingem milhares de gatos todos os anos (Chris Moe/500px/Getty Images)